A literatura técnica aponta que a sincronização compreende três elementos:(i) sincronização de relógio; (ii) sincronização de slot e (iii) sincronização de estrutura de quadro (isto é, a mesma estrutura de quadro).
Em relação à sincronização do relógio, até o momento foram identificadas as seguintes opções: duas opções metodológicas e uma combinada para os operadores de redes móveis:
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Esquema de sincronização distribuído com base em satélite (GPS ou redes similares). Procedimento que é utilizado pelo Japão;
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Esquema de sincronização centralizado com base no sistema IEEE 1588V2. Procedimento adotado na Europa; e,
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Também é possível usar uma combinação de métodos buscando melhorar a confiabilidade. Tal solução foi adotada na China.
Em relação ao elemento de sincronização de slots, a literatura técnica representa as configurações típicas de quadros 5G, conforme a Figura 1 abaixo, demonstrando os slots downlink, uplink e especiais. Verifica-se que o slot especial inclui um período de guarda (GP, do inglês, Guard Period) para alternar entre o downlink e o uplink. O slot especial geralmente deve ser configurado com símbolos para o downlink e uplink, dedicando alguns poucos símbolos para o GP.
Figura 1 - Opções típicas de configuração do quadro TDD (D =slot de downlink, S =slot especial, U =slot de uplink, SCS=subcarrier spacing, Frame = quadro TDD em ms).

A respeito da sincronização de quadros, para sistemas operando em frequências intermediária (1 – 6 GHz), propõe-se adotar o entendimento de que: (i) o espaçamento de subportadoras de 15 kHz com duração de quadro de 5 ms foi projetada para coexistência com TD-LTE; (ii) existem opções diferentes para 30 kHz, em função dos tamanhos de quadro de 2 ms, 2,5 ms ou 5 ms para os casos em que não haja a necessidade de coexistência com TD-LTE 3 (faixa de frequência mid-band). Para todos estes casos, observa-se existência de alocação assimétrica entre o downlink e o uplink.
Entende-se ainda que além da sincronização para convívio entre redes TDD, pode ser necessária, principalmente em regiões de fronteiras nacionais/internacionais, a definição de condições de coordenação, para limitar a interferência por sobreposição de cobertura entre estações rádio base, que podem ser cocanal ou canal adjacente.
As tabelas abaixo ilustram os níveis de emissão de fronteiras que foram propostos para operações TDD na Europa, no modo sincronizado e não sincronizado.
Tabela 1 - Níveis de emissão em regiões de fronteiras modo sincronizado.
Caso Sincronizado
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Frequência central alinhada
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Frequência central não alinhada
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PCI preferencial
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PCI não preferencial
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Todos os PCIs
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67 dBμV/5MHz @ 0 km
e
49 dBμV/5MHz @ 6 km
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49 dBμV/5MHz @ 0 km
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67 dBμV/5MHz @ 0 km
e
49 dBμV/5MHz @ 6 km
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Tabela 2 - Níveis de emissão em regiões de fronteiras modo não-sincronizado. 4
Caso não sincronizado
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Bloco de frequência preferencial
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Bloco de frequência não preferencial
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PCI preferencial
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PCI não preferencial
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Todos os PCIs
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45 dBμV/5MHz @ 0 km
e
27 dBμV/5MHz @ 6 km
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27 dBμV/5MHz @ 0 km
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0 dBμV/5MHz @ 0 km
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Adicionalmente, para a implementação mais eficiente das redes TDD, sugere-se que seja avaliada a situação de convivência em regiões de fronteiras nacionais/internacionais, permitindo a coordenação de operadores nacionais com os estrangeiros por meio de acordos bilaterais ou regionais, para o estabelecimento de subconjuntos de PCIs.
A tabela abaixo e o mapa, visam exemplificar a subdivisão de seis subconjuntos de PCIs entre fronteiras de países europeus para o caso de utilização de sistemas operando na faixa de 3.400 MHz a 3.800 MHz.
Tabela 3 - Subconjuntos de PCIs nas fronteiras. 5

Figura 2 - Subdivisão de PCIs por fronteiras. 6

Deste modo, propõe-se que sejam adotados os seguintes princípios para a convivência harmoniosa entre sistemas TDD pelas prestadoras:
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Sincronização (frequência, fase e tempo);
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Adoção de uma mesma estrutura de quadro;
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Operadoras nacionais disponibilizam o sincronismo para as vencedoras do bloco regional;
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Operadoras regionais se sincronizam com os mesmos parâmetros de sincronismo das nacionais, etc.;
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Blindagem de antena;
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Desapontamento das antenas em relação à fronteira (incluindo tilting);
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Uso de antenas direcionais inteligentes;
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Redução/limitação da altura da antena;
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Redução da potência do transmissor;
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Implantação de redes heterogêneas perto da fronteira (ou seja, implantar micro e pico base station);
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Adoção, caso necessária, de faixa de guarda;
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Separação geográfica entre as redes (definição de buffer zone).
Nesse sentido, solicita-se à sociedade que comente se os elementos de sincronização, se os princípios adotados e a fundamentação técnica ora exposta são adequadas para um possível estabelecimento de requisitos técnicos e operacionais baseado em princípios de boas práticas de engenharia, para tratar de coordenação nacional e internacional, em especial no tocante a sincronização entre redes TDD.
3. Não há sistemas LTE-TDD, na mesma faixa de frequência, pré-existentes, ou já implantados na rede.
4. A não sincronização ao longo das fronteiras impactaria drasticamente as implantações.
5. https://www.ecodocdb.dk/download/08065be5-1c0b/REC1501.PDF
6.https://www.ecodocdb.dk/download/08065be5-1c0b/REC1501.PDF