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CONSULTA PÚBLICA Nº 41
    Introdução

    Trata-se de uma nova Consulta Pública pós análise das contribuições recebidas na Consulta Pública nº 4/2019 sobre o tema, contendo a nova proposta de requisitos técnicos e procedimentos de ensaio aplicáveis à avaliação da conformidade de cabos compostos de pares metálicos destinados a sistemas de circuito fechado de TV (CFTV).

    Considerando que muitos cabos destinados a sistemas CFTV disponíveis no mercado não atendem requisitos mínimos de qualidade, segurança e diferenciação dos cabos aplicáveis a redes de dados, considera-se importante a regulamentação da certificação e homologação desta categoria de produto.





    MINUTA DE ATO

    O SUPERINTENDENTE DE OUTORGA E RECURSOS À PRESTAÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pela Portaria nº 419, de 24 de maio de 2013, e

    CONSIDERANDO a competência dada pelos Incisos XIII e XIV do Art. 19 da Lei n.º 9.472, de 16 de julho de 1997 - Lei Geral de Telecomunicações;

    CONSIDERANDO o Inciso II do Art. 9º do Regulamento para Certificação e Homologação de Produtos para Telecomunicações, aprovado pela Resolução n.º 242, de 30 de novembro de 2000;

    CONSIDERANDO o Art. 1º da Portaria nº 419 de 24 de maio de 2013;

    CONSIDERANDO o constante dos autos do processo nº 53500.003485/2019-37;

    RESOLVE:

    Art. 1º  Aprovar os requisitos técnicos e procedimentos de ensaio aplicáveis à avaliação da conformidade de cabos compostos de pares metálicos destinados a sistemas de Circuito Fechado de TV (CFTV), na forma do Anexo I a este Ato.

    Art. 2º  Este Ato entra em vigor na data de sua publicação no Boletim de Serviço Eletrônico da Anatel.


    ANEXO I

    REQUISITOS TÉCNICOS E PROCEDIMENTOS DE ENSAIOS APLICÁVEIS À AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE DE CABOS COMPOSTOS DE PARES METÁLICOS DESTINADOS A SISTEMAS DE CIRCUITO FECHADO DE TV (CFTV).


    1. OBJETIVO

    1.1. Estabelecer requisitos mínimos a serem demonstrados na avaliação da conformidade técnica, junto à Agência Nacional de Telecomunicações, de cabos com pares metálicos trançados para aplicação em sistemas de circuito fechado de TV (CFTV).

    1.2. Os cabos definidos neste documento:

    a) Possuem pares metálicos compostos por condutores sólidos de liga metálica ou liga metálica cobreada.

    b) Não possuem blindagem (fita ou trança) ao redor do par trançado ou do núcleo de pares trançados.

    c) Possuem capacidade máxima de até 4 (quatro) pares metálicos trançados.


    2. REFERÊNCIAS NORMATIVAS

    2.1 ABNT NBR 14703:2005 - Cabos de telemática de 100 ohms para redes internas estruturadas - Especificação;

    2.2 ABNT NBR 6810 - Fios e cabos elétricos – Tração à ruptura em componentes metálicos;

    2.3 ABNT NBR 9148:1998 - Cabos ópticos e fios e cabos telefônicos - Ensaio de envelhecimento acelerado - Método de ensaio.

    2.4 ABNT NBR 14705:2006 - Cabos internos para telecomunicações - Classificação quanto ao comportamento frente à chama.

    2.5 ABNT NBR 9141:1998 - Cabos ópticos e fios e cabos telefônicos - Ensaio de tração e alongamento à ruptura - Método de ensaio;

    2.6 ABNT NBR 9130:2009 - Fios e cabos telefônicos - Ensaio de desequilíbrio resistivo - Método de ensaio;

    2.7 ABNT NBR 9145:2008 - Fios e cabos telefônicos - Ensaio de resistência de isolamento;

    2.8 ABNT NBR 9146:2012 - Fios e cabos para telecomunicações — Tensão elétrica aplicada — Método de ensaio;

    2.9 ASTM D 3349:1999 - Test Method for Abcorption on Coefficient of Ethylene Polymer Material Pigmented with Carbon Black;

    2.10 ASTM G155:2005 - Practice for Operating Xenon Arc Light Apparatus for Exposure of Non-metallic Materials;

    2.11 ASTM D 4566:2005 - Standard Test Methods for Electrical Performance Properties of Insulations and Jackets for Telecommunications Wire and Cable.


    3. ORIENTAÇÕES GERAIS

    3.1.Na embalagem externa do produto deve constar as seguintes frases:


    a) “Este cabo é destinado ao uso em sistemas de Circuito Fechado de TV - CFTV”.

    b) “Este cabo não é indicado para utilização em redes locais de computadores”.

    3.2. Deve estar impresso de maneira legível ao longo do comprimento cabo, em sua capa externa, a seguinte frase: “Cabo para aplicação em CFTV”.

    3.3.A quantidade de pares, a aplicação (interna e/ou externa), o material do condutor e o diâmetro do condutor nu (sem isolamento) devem ser informados pelo interessado na homologação, devendo tais informações serem inseridas nos relatórios de ensaio emitido pelo laboratório e no certificado de conformidade técnica emitido pelo OCD.

    3.4.Para efeito de Certificação, os ensaios realizados em uma amostra de cabo para aplicação em uso interno são válidos para o cabo destinado ao uso externo com a mesma quantidade de pares e mesmo material do condutor, desde que o interessado apresente duas amostras do mesmo cabo:


    a) Uma amostra com capa externa para aplicação em uso interno, que deve ser submetida a todos os ensaios;

    b) Uma amostra com capa externa para aplicação em uso externo, que deve ser submetida aos ensaios da capa: Alongamento à ruptura e Resistência à Tração (original e após envelhecimento) e Coeficiente de Absorção ou Intemperismo.

    3.5.Para efeito de Certificação, os ensaios realizados em uma amostra de cabo para aplicação em uso externo são válidos para o cabo destinado ao uso interno com a mesma quantidade de pares e mesmo material do condutor, desde que o interessado apresente duas amostras do mesmo cabo:

    a)  Uma amostra com capa externa para aplicação em uso externo, que deve ser submetida a todos os ensaios;

    b) Uma amostra com capa externa para aplicação em uso interno, que deve ser submetida aos ensaios do revestimento externo: alongamento à ruptura e resistência à tração (original e após envelhecimento) e retardância à chama.


    3.6.Para efeito de Certificação, caso um determinado cabo para aplicação em uso interno possua capa externa de cores distintas, o interessado deve declarar, formalmente, que o material base (sem corante) utilizado na fabricação da amostra submetida a ensaio será mantido, assim como suas características frente à chama.

    3.7.Para efeito de Certificação, caso um determinado cabo possua capa externa de cores distintas, excetuando a cor preta, para aplicação em uso externo, o interessado deve declarar formalmente que o material base (sem corante) utilizado na fabricação da amostra submetida a ensaio será mantido, assim como suas características frente ao intemperismo.

    3.8.Os cabos com capa externa de cor preta devem ser submetidos ao ensaio de Coeficiente de Absorção.

    3.9.É permitido apresentar para certificação um cabo com uma única capa externa para as duas aplicações (uso interno e externo) desde que o interessado apresente uma amostra do cabo para ser submetida a todos os ensaios exigidos para aplicação em uso interno e em uso externo.

    3.10.O cabo para aplicação em uso externo deve possuir capa externa resistente a UV.

    3.11.O cabo para aplicação em uso interno deve possuir capa externa com material retardante à chama.

    3.12.O cabo para aplicação em uso externo e interno, mesmo que parcial, deve possuir capa externa com material retardante à chama e resistente a UV ou intemperismo.

    3.13.Para efeito de Certificação de cabos em regime de O&M, só serão certificados os cabos efetivamente ensaiados.

    3.14.A amostra de cabo a ser submetida aos ensaios para avaliação da conformidade técnica deve possuir, no mínimo, 100 metros de comprimento.


    4. REQUISITOS TÉCNICOS E PROCEDIMENTOS DE ENSAIO


    4.1 Identificação dos condutores

    4.1.1.Requisito e procedimento de ensaio:


    4.1.1.1.Item 4.5 da norma ABNT NBR 14703:2005.


    4.2.Diâmetro do condutor sem isolamento

    4.2.1.Requisito:

    4.2.1.1.O diâmetro do condutor nu (sem isolamento) não deve variar mais que 1% sobre o diâmetro nominal especificado pelo fabricante.

    4.2.2.Procedimento de ensaio:


    4.2.2.1.Realizar 2 (duas) medidas perpendiculares de uma mesma seção transversal do condutor;

    4.2.2.2.Calcular a média aritmética das medidas realizadas.

    4.2.2.3.Utilizar instrumento de medida com resolução metrologicamente adequada à grandeza sob avaliação.


    4.3.Alongamento à ruptura do condutor

    4.3.1.Requisito:

    4.3.1.1.O alongamento à ruptura do condutor deve ser de, no mínimo, 3%.

    4.3.2.Procedimento de ensaio:

    4.3.2.1.Adotar os procedimentos definidos na norma ABNT NBR 6810.


    4.4.Alongamento do isolamento do condutor

    4.4.1.Requisito:

    4.4.1.1.O alongamento à ruptura do isolamento do condutor deve ser de, no mínimo, 100%.

    4.4.2.Procedimento de ensaio:

    4.4.2.1.Adotar os procedimentos definidos na norma ABNT NBR 9148.


    4.5.Alongamento à ruptura e resistência à tração do revestimento externo

    4.5.1.Requisito:


    4.5.1.1.O alongamento à ruptura e resistência à tração do revestimento externo (capa externa) devem atender aos valores estabelecidos na tabela 1

     

    Tabela 1

    Material da capa externa

    Descrição do material da capa externa

    Alongamento

    Mínimo (%)

    Resistência à Tração Mínima (Mpa)

    FEP

    FRPE

    PEAD

    PEBD

    ETFE

    PVC

    SRPVC

    PTFE

    EVA

    PU

    Etileno-polipropileno fluoretizado

    PE (polietileno) retardante à chama

    PE (polietileno) de alta densidade

    PE (polietileno) de baixa densidade

    Etileno-tetrafluoretileno

    Policloreto de vinila

    PVC semi-rígido

    Politetrafluoretileno

    Etileno vinil acetato

    Poliuretano

    200

    100

    300

    350

    100

    125

    100

    175

    100

    300

    17,2

    8,3

    16,5

    9,7

    34,5

    12,0

    20,7

    27,6

    8,3

    10,0

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    4.5.1.2.A retenção do alongamento à ruptura e da resistência à tração após envelhecimento da capa externa devem atender aos valores estabelecidos na tabela 2:

    Tabela 2

    Classe (°C)

    Material da capa externa

    Tempo

    (h)

    Temperatura

    (ºC)

    Retenção do Original (%)

    Alongamento

    Resistência à Tração

    75

    FRPE

    PEAD

    PEBD

    EVA

    PU

    48

    100

    75

    75

    75

    PVC

    SRPVC

    168

    168

    100

    113

    60

    70

    80

    70

    90

    PVC

    SRPVC

    168

    168

    121

    121

    50

    70

    85

    70

    90

    EVA

    168

    100

    75

    80

    105

    PVC

    SRPVC

    168

    168

    136

    136

    50

    70

    85

    70

    150

    ETFE

    168

    180

    75

    85

    200

    FEP

    168

    232

    75

    75

    250

    PTFE

    1440

    260

    85

    85


    4.5.2.Procedimento de ensaio:


    4.5.2.1.Adotar os procedimentos definidos nas normas: ABNT NBR 9141:1998 e ABNT NBR 9148:1998.

    4.5.2.2.Quando houver duas capas, somente a externa deve ser ensaiada.

     


    4.6.Comportamento frente à chama


    4.6.1.Requisito:

    4.6.1.1.Aplicável somente a cabos de uso interno;

    4.6.1.2.O cabo deve atender, como requisito mínimo de retardância à chamas, a classificação CMX.

    4.6.2.Procedimento de ensaio:

    4.6.2.1.Adotar os procedimentos definidos na norma ABNT NBR 14705:2006


    4.7.Coeficiente de absorção de radiação ultravioleta

    4.7.1.Requisito:

    4.7.1.1.Aplicável somente a cabos destinados ao uso externo e com revestimento externo na cor preta;

    4.7.1.2.O coeficiente de absorção do revestimento, quando exposto à radiação ultravioleta, deve atender aos seguintes valores mínimos, conforme material:

    a) PVC = 2800 absorções/cm;

    b) PE = 4000 absorções/cm.

    4.7.2.Procedimento de ensaio:

    4.7.2.1.Adotar os procedimentos definidos na norma ASTM D 3349:1999.

    4.7.2.2.Quando houver duas capas, somente a externa deve ser ensaiada.


    4.8.Intemperismo

    4.8.1.1.Aplicável somente a cabos destinados ao uso externo e com revestimento externo na cor não preta;

    4.8.1.2.Após o ensaio, com duração de 720 horas, conforme especificado na norma NBR 9141, devem ser verificados o alongamento à ruptura e a resistência à tração do revestimento externo.

    4.8.1.3.Os valores obtidos não devem diferir em mais de 25% dos valores originais da capa externa.

    4.8.2.Procedimento de ensaio:

    4.8.2.1.Adotar os procedimentos definidos nas normas: ASTM G155:2005 (Ciclo 1), ABNT NBR 9141:1998 e ABNT NBR 9148:1998.

    4.8.2.2.Quando houver duas capas, ambas devem ser ensaiadas.


    4.9.Desequilíbrio resistivo

    4.9.1.Requisito:

    4.9.1.1.O desequilíbrio resistivo entre dois condutores, medido em corrente contínua e a 20°C, não pode exceder a 5%.

    4.9.2.Procedimento de ensaio:

    4.9.2.1.Adotar os procedimentos definidos na norma ABNT NBR 9130:2009.

    4.9.2.2.Todos os condutores devem ser avaliados.


    4.10.Resistência de isolamento entre condutores

    4.10.1.Requisito:

    4.10.1.1.A resistência de isolamento de cada condutor, contra todos os outros condutores, deve ser de, no mínimo, 5.000 MΩ.km.

    4.10.2.Procedimento de ensaio:

    4.10.2.1.Adotar os procedimentos definidos na norma ABNT NBR 9145:2008.

    4.10.2.2.Todos os condutores devem ser avaliados.


    4.11.Tensão elétrica aplicada entre condutores

    4.11.1.Requisito:

    4.11.1.1.O isolamento entre os condutores deve suportar, sem ruptura, uma tensão contínua de 2.500V durante 3 segundos.

    4.11.2.Procedimento de ensaio:


    4.11.2.1.Adotar os procedimentos definidos na norma ABNT NBR 9146:2012.

    4.11.2.2.Todos os condutores devem ser avaliados.


    4.12.Impedância característica

    4.12.1.Requisito:

    4.12.1.1.A impedância característica dos pares, nas frequências compreendidas entre 1 MHz e 100 MHz, deve ser 100 ohms ± 15 ohms.

    4.12.2.Procedimento de ensaio:

    4.12.2.1.Adotar os procedimentos definidos na norma ASTM D 4566:2005.

    4.12.2.2.A medida deve ser realizada nos 2 sentidos de transmissão, ou seja, nas duas extremidades do cabo.

    4.12.2.3.Devem ser medidos, no mínimo, 201 pontos de frequência entre 1 MHz e 100 MHz.


    4.13.NEXT (Paradiafonia)

    4.13.1.Requisito:

    4.13.1.1.Para qualquer combinação entre pares do cabo, a atenuação de paradiafonia mínima, medida conforme a norma ASTM D 4566:2005 nas frequências compreendidas entre 1 MHz e 100 MHz, deve atender aos valores da seguinte equação:

    NEXT ≥ 32 – 15log(f/100)

    f: frequência em MHz.

    4.13.2.Procedimento de ensaio:

    4.13.2.1.Adotar os procedimentos definidos na norma ASTM D 4566:2005.

    4.13.2.2.A medida deve ser realizada nos 2 sentidos de transmissão, ou seja, nas duas extremidades do cabo.

    4.13.2.3.Devem ser medidos, no mínimo, 201 pontos de frequência entre 1 MHz e 100 MHz.


    4.14.Perda de Retorno

    4.14.1.Requisito:

    4.14.1.1.A perda de retorno, medida conforme a norma ASTM D 4566:2005, nas frequências compreendidas entre 1 MHz e 100 MHz, deve ter, no mínimo, os valores indicados na tabela 3.

    Tabela 3

    Frequência (MHz)

    Perda de retorno (dB)

    1 ≤ f < 20

    23

    20 ≤ f < 100

    23 - 10log (f /20)


    4.14.2.Procedimento de ensaio:


    4.14.2.1.Adotar os procedimentos definidos na norma ASTM D 4566:2005.

    4.14.2.2.A medida deve ser realizada nos 2 sentidos de transmissão, ou seja, nas duas extremidades do cabo.

    4.14.2.3.Devem ser medidos, no mínimo, 201 pontos de frequência entre 1 MHz e 100 MHz.